Como criar um Currículo Vitae (CV)? Que modelo escolher? O que ter em atenção e quais os erros a evitar? Siga as nossas dicas e sinta-se confiante na hora de enviar o seu currículo.
O currículo é a porta de entrada para um novo emprego. Funciona como um documento de marketing pessoal a partir do qual os recrutadores avaliam, fazem uma triagem e selecionam. Por isso, é importante questionar-se: “O meu CV está bem feito?”
Quando se candidata a uma vaga, é natural que cheguem ao recrutador dezenas, senão centenas, de outras candidaturas. Para não ser descartado e se destacar em meio a tantos outros, deve fazer um currículo simples, conciso e que reflita a sua trajetória profissional de forma clara e objetiva.
Além demais, se o objetivo for passar à fase seguinte, deve fazer o trabalho de casa e adaptar o currículo à vaga e empresa em que quer trabalhar. Não existe o currículo ideal, porque cada empregador vai olhá-lo e analisá-lo consoante as suas necessidades e interesses.
Quer pôr estas ideias em prática? Quer ser chamado para a entrevista e mostrar o seu valor? Então preste atenção às nossas dicas.
1. Como escolher o modelo correto
Na altura de fazer o currículo, tem várias opções:
- Pode utilizar as ferramentas disponíveis no word;
- Descarregar um template num website;
- Criá-lo numa plataforma online, como o Canva, que oferece vários modelos;
Perceber qual o modelo mais adequado tem muito a ver com o tipo de vaga, local de trabalho e até país a que se candidata.
Para cargos institucionais, por exemplo em Organizações governamentais europeias e agências de cariz semelhante, o modelo Europass é o mais usado e tem ainda preferência entre recrutadores. Já em países como a França, candidaturas que usam este tipo de modelo nem sequer chegam a ser consideradas.
Noutras profissões em Portugal a tendência é submeter CV ‘s de uma página, com uma forte identidade gráfica e personalizados à medida de cada candidatura.
Independentemente do modelo usado, quanto mais simples melhor. Opte por apresentar a experiência profissional, habilitações e cursos por ordem cronológica. O currículo deve ser de fácil leitura e não deve ocupar mais que duas páginas. Mesmo que tenha mais de 10 anos de experiência, seja conciso e apresente apenas a informação que seja relevante ao cargo a que se candidata.
2. Fotografia: sim ou não?
Mais uma vez a resposta depende do tipo de cargo. Em profissões que valorizam mais as competências do que a aparência, o uso de fotografia pessoal no CV nem sempre é visto com bons olhos e pode potenciar situações de descriminação.
Pelo contrário, em profissões ligadas à moda, beleza, atendimento ao público, turismo e eventos, a imagem é um elemento tido como relevante, e, por isso, faz sentido incluir fotografia no curriculum vitae.
A verdade é que há vagas que proíbem e outras que pedem em específico. Em caso de dúvida, leia com atenção a oferta, e, se não obter a informação que precisa, guie-se consoante o perfil da vaga.
Indique sempre o link para o seu perfil do Linkedin, caso os recrutadores pretendam pesquisar mais sobre si e saber qual a sua aparência.
3. Quem é? O que faz?
Além da informação pessoal, que deve ser apenas a essencial (nome, contacto, cidade de residência, email, perfil de Linkedin, blogue/ site), reserve um espaço no início do currículo para apresentação.
Diga de forma sucinta o seu percurso profissional, as maiores conquistas, quais os objetivos futuros e porque encaixa na vaga ou cargo em que gostaria de trabalhar.
Especifique ainda a sua área de atuação num local de destaque e por poucas palavras. Desta forma, está a comunicar de forma rápida e genérica, o que sabe fazer e onde pode trabalhar. Alguns exemplos:
- Receção Hoteleira e Hospedagem
- Animação Turística e Guia-Intérprete
- Gestão de Eventos, Planeamento e Logística de Atividades
- Recursos Humanos e Gestão de Pessoas
A área de atuação não deve ser confundida com o cargo desejado (por exemplo, rececionista de cruzeiro, animadora cultural, diretora de recursos humanos, etc.).
4. Adicione palavras-chave que possam ser rastreadas
Normalmente, durante o processo de contratação, os currículos costumam passar por um Sistema de Rastreamento de Candidatos (ATS), antes de serem analisados mais atentamente ou serem selecionadas para a fase da entrevista.
O ATS analisa a formatação digital do CV e as palavras-chave utilizadas. É a primeira fase que o currículo atravessa. Logo de seguida, é o profissional de recursos humanos ou gestor de contratação, que vai buscar requisitos e preferências específicas para o emprego que procura preencher.
O que acontece é que no meio de tantos currículos, não só o Sistema de Rastreamento, mas também os próprios recrutadores fazem um escaneamento do texto à procura de palavras-chave que saltem à vista. Por isso, deve apostar em palavras-chave fortes, que descrevam claramente e de forma objetiva as competências, qualificações e experiência.
5. Evite grandes blocos de texto e seja criativo com as cores
Na era digital as pessoas gostam de conteúdos com um design apelativo e facilmente digerível. Os recrutadores não são exceção a essa regra.
A primeira triagem dos CV ‘s pode demorar apenas alguns segundos de modo a encontrarem o que procuram. Por isso, evite blocos de textos densos. Vá direto ao ponto e organize a informação por esquemas fáceis de apreender numa primeira vista.
Utilize as cores de forma estratégica para criar um impacto visual. Escolha não mais que duas tonalidades para o nome, contacto e títulos de secção. Seja criativo, mas não exagere. O ideal é equilibrar tons conservadores com elementos de design modernos.
6. Liste conquistas, não tarefas desempenhadas
A experiência profissional é uma das secções mais importantes do currículo. Deve conter os cargos em que trabalhou, o nome da empresa, a data de início e fim do contrato e a descrição das atividades que fez.
É nesta última parte que se recomenda um cuidado especial. Como descrever o que fez em trabalhos anteriores?
Aqui não deve simplesmente listar as suas responsabilidades. Até porque se pressupõe à partida quais as tarefas compatíveis com determinados cargos.
Não, o que se pretende saber é de que forma desempenhou essas tarefas, quais as conquistas e resultados que alcançou. Mas não liste qualquer conquista, liste aquela que vai fazer a diferença para o cargo a que se candidata.
Um exemplo pode ser:
7. Inclua também qualificações extra
Tem conhecimentos informáticos ou em línguas que possam ser úteis? Crie uma secção para competências e habilidades.
O ideal é priorizar a apresentação das hard skills, como fluência em inglês e francês, em relação às soft skills, como boa capacidade de comunicação ou competências interpessoais excecionais.
As competências listadas devem ser adaptadas à posição a que se candidata e mostrar todo o potencial e diferencial que pode oferecer à equipa que integrar.
Se tem outros cursos ou workshops não colocados na secção da formação, aproveite para criar um espaço também para eles. Mais uma vez, liste apenas os cursos que podem interessar aos seus recrutadores.
8. O que colocar se não tem experiência?
Se ainda não tem experiência profissional ou quer seguir outra área, na qual nunca trabalhou, pode destacar outras experiências que sejam relevantes. Alguns exemplos:
- Voluntariado: mesmo que não seja em atividades ligadas à sua área profissional, o voluntariado revela proatividade e vontade de se desenvolver pessoal e profissionalmente, algo muito valorizado pelos recrutadores.
- Atividades extracurriculares: cursos, workshops, participação em palestras ou outras experiências, como erasmus, integração numa associação estudantil, organização de atividades em grupo, mostram que está em busca de aprendizagem e tem um foco de carreira bem definido.
- Hobbies: há hobbies que podem ser bem vistos pelos seus recrutadores por estarem diretamente ligados à área em que quer trabalhar. Se o objetivo for trabalhar na área do desporto, por exemplo, poderá mencionar no currículo que pertence a uma equipa de atletismo e está a ter lições de ténis. Esta é também uma forma de mostrar os seus interesses e de se dar a conhecer.
9. Rever, rever e rever
Muitos recrutadores não toleram encontrar erros linguísticos nos currículos e isso pode servir como um dos primeiros critérios de exclusão.
Faça uma revisão detalhada de tudo o que escreveu, se for preciso várias vezes, porque é possível ir encontrando erros de escrita a cada nova leitura. Se continua incerto, peça a alguém para ler a analisá-lo, o que importa é enviá-lo confiante de que não há qualquer problema com ele.
10. Atualize o currículo para cada vaga
Por fim, não se esqueça de atualizar o currículo vitae se mudar de morada ou contacto. Adicione cursos, palestras em que tenha participado ou experiências que possam ser valorizadas. Os recrutadores podem estranhar blocos de tempo vazios, por isso tenha atenção.
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Para lhe facilitar a tarefa de criar o currículo perfeito, oferecemos um template pré-feito, com todas as secções que precisa e um design único e criativo.
Só tem de preencher os espaços em branco, seguir as nossas dicas e passar à fase da entrevista, onde vai poder mostrar todo o seu potencial e conseguir o emprego que tanto deseja.
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