O mercado está em constante evolução, exigindo a atualização contínua dos conhecimentos e competências dos trabalhadores. Por essa razão, o investimento na formação dos colaboradores é hoje considerado uma prioridade para muitas empresas.
De acordo com o Relatório de aprendizagem no local de trabalho, 2023, 49% dos participantes afirmam que a lacuna de competências no seu local de trabalho está a aumentar.
Além disso, 79% dos profissionais concordam que é mais rentável recapacitar os funcionários do que realizar novas contratações.
Estes dados revelam que a formação interna nas empresas não é apenas uma ferramenta para atrair e reter profissionais, ou uma regra estipulada pela legislação – trata-se de uma vantagem competitiva e de uma necessidade.
Qual o impacto da formação na motivação das equipas?
Os programas de formação interna nas empresas permitem ajudar os colaboradores a adquirirem e desenvolverem novas competências e conhecimentos.
O objetivo é prepará-los para as exigências das suas funções e melhorar o seu desempenho profissional. Através da aposta na formação empresarial, é possível adotar novas metodologias de trabalho inovadoras e identificar tendências de mercado.
Além disso, esta é uma ferramenta poderosa para motivar os seus colaboradores, uma vez que revela interesse no crescimento profissional deles. Por sua vez, isto gera maior compromisso por parte da sua equipa e um melhor ambiente de trabalho.
Tipos de formação interna nas empresas
Mesmo que encontre o candidato ideal durante o processo de recrutamento, com anos de experiência e competências fundamentais, é essencial assegurar que sua integração e desenvolvimento sejam bem-sucedidos.
Mas também é natural surgir a necessidade de aperfeiçoamento e melhoria da sua força de trabalho. Para isso, serve a formação interna nas empresas. Existem diferentes tipos de formações, com o objetivo quer de guiar, quer de melhorar competências.
Alguns exemplos de formação interna nas empresas incluem:
Formação inicial: Envolve a formação profissional para estagiários e novos profissionais, visando orientá-los para o funcionamento da organização e reduzir o tempo de adaptação e aprendizagem das tarefas.
Formação técnica: Tem como objetivo desenvolver competências específicas, relacionadas com o cargo ocupado; por exemplo, na área das vendas, recursos humanos, legislação ou tecnologia.
Cursos e formações fora do horário de trabalho: Engloba cursos, aulas e até licenciaturas ou mestrados. Pretende oferecer apoio aos trabalhadores para prosseguirem estudos ou atualizarem conhecimentos.
Formação de liderança: Este tipo de formação interna nas empresas é dirigida aos cargos de gestão. Focam-se em ensinar habilidades de comunicação, de gestão de pessoas e de tomada de decisão.
Formação de segurança: Está relacionada a questões de segurança e higiene no trabalho e obedece a um protocolo com o intuito de evitar riscos e acidentes, assim como ensinar práticas preventivas aos funcionários.
Como organizar um plano de formação na sua empresa
Se é a primeira vez que elabora e executa um plano de formação, pode questionar-se sobre qual o tipo de formação, formato e recursos que pretende implementar.
Siga estes passos e responda às necessidades de formação e desenvolvimento da sua equipa para acompanhar a evolução do mercado:
1. Identifique as necessidades da empresa
A pergunta de partida de um plano de formação interna nas empresas consiste em compreender quais as necessidades de formação que existem na sua organização.
É preciso desenvolver novas competências? Conhecer novas ferramentas? Incentivar o trabalho em equipa? Preparar uma mudança de cargo?
Pode fazer o diagnóstico de necessidades junto das áreas/departamentos da empresa por meio de inquéritos, análise das avaliações de desempenho ou análise de outros dados.
Depois de feito esse levantamento, é possível definir as áreas de formação interna nas empresas que merecem um investimento mais urgente ou que reúnem um consenso quanto à necessidade de serem reforçadas.
2. Personalize a experiência de aprendizagem
Com base na avaliação das necessidades, é importante desenvolver um plano de formação personalizado e envolver os colaboradores no processo de decisão.
Faça uma lista de objetivos claros, relevantes e mensuráveis. Os objetivos devem ser alinhados com a estratégia e metas da empresa, procurando solucionar dificuldades e lacunas identificadas.
Ao desenvolver um plano de formação corporativa, tenha atenção aos seguintes detalhes:
- Quais os temas e conteúdos que quer abordar?
- Qual o método de aprendizagem que quer utilizar?
- Quanto pode gastar?
- Com que entidades pretende colaborar?
- Que resultados quer alcançar?
3. Decida o formato/método de formação
Há vários formatos e métodos de formação entre os quais pode optar. Desde o regime de ensino presencial, remoto ou misto, formações personalizadas para a sua empresa, atividades gamificadas, cursos gratuitos, a mentorias com formadores externos.
Além disso, tem ainda outras opções como participar em webinars, palestras e eventos da sua área de atuação. Pondere as alternativas possíveis e debata-as com a sua equipa.
4. Estabeleça um cronograma
Muitas vezes, pode ser um desafio gerir o tempo destinado à formação em contexto laboral. É um processo que implica conciliar os horários e tarefas dos elementos envolvidos. Por esse motivo, é necessário refletir sobre a duração das sessões de formação.
Perceber se é preferível desenvolver sessões longas distribuídas num curto período de tempo, ou sessões curtas e espaçadas, vai ajudar a estruturar o cronograma da formação. No final, trata-se de aliar a melhor alternativa aos timings e projetos da organização.
5. Calcule os gastos do plano de formação
A formação interna para empresas é um investimento, mas ainda assim importa traçar um orçamento e calcular gastos. Os encargos podem incluir a remuneração dos formadores ou equipa técnico-pedagógica, gastos com deslocações, uso de instalações ou materiais.
Além disso, antes de avançar com qualquer projeto, deve avaliar custos de oportunidades (como a substituição dos elementos ausentes) e a possibilidade de o plano de formação ser elegível para programas de apoio ao financiamento.
6. Selecione recursos e entidades formadoras
Precisa de recorrer a uma entidade externa para realizar a formação na sua empresa, mas, com tanta oferta no mercado, é difícil escolher a quem recorrer? Nesse caso, um dos próximos passos é fazer uma pesquisa de mercado.
Uma boa aposta é optar por entidades formadoras certificadas pela DGERT – Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho, que garante elevados critérios de credibilidade e qualidade.
Por outro lado, se recorrer a formações individuais, deve prestar especial atenção à certificação do IEFP ou ao currículo profissional. Não se esqueça também de avaliar e comparar os diferentes programas e preços.
7. Avalie os resultados
De nada serve aplicar um plano de formação se este não atende às necessidades e objetivos previamente identificados. Por esse motivo, pedir o feedback dos seus colaboradores depois das formações é uma das principais partes deste processo.
Desta forma, consegue não apenas medir os resultados e avaliar o impacto da formação na sua organização, mas também ajustar o plano de formação e identificar oportunidades de melhoria.
Tudo pronto para começar a formação?
Já tem o seu plano escrito com os resultados que pretende alcançar, as metodologias de ensino que quer usar e as competências que quer passar aos seus funcionários? Então, está na altura de decidir com qual entidade ou serviço de formação vai colaborar.
Lembre-se que a formação interna nas empresas é a melhor resposta para resolver a falta de motivação e produtividade, ajudar os colaboradores a sentirem-se confiantes no seu papel, e manter-se a par da evolução e progresso no mercado.
Acompanhe os workshops, formações e eventos de networking da Bolsa de Empregabilidade para se antecipar à escassez de mão de obra, atrair e reter talento.